Esclarecimentos sobre a "Crise II"
Cara Alexandra, você, enquanto repórter formada, deveria ter compromisso ético com a verdade dos fatos, sem distorções ou maquiavelismos que direcionem o leitor a dúbia interpretação.Caso prossiga com essa linha editorial, em breve estará recebendo convite para trabalhar no New York Times ou na IstoÉ Dinheiro. E eu, em breve, estarei trocando idéias com o Lula (tomando um bom whisky, claro) pra saber o que fazer com esses seres jornalísticos depravados que utilizam os meios de comunicação para fazer calúnias, a título de divertimento próprio.
A despeito da sua profissão de repórter, vamos considerá-la por um momento como uma pessoa. E dar aos leitores o realismo da cena, sem efeitos especiais. Tudo começou na quarta quando combinamos de fazer um jantarzinho na quinta (após chegarmos do supermercado, esse inclusive será o próximo post). Todos sabem que, mesmo fruto de um talento muito incipiente, o rango da nega até que não é ruim não.
Eu cheguei em casa realmente faminto e desejoso de tal refeição, e imediatamente liguei para saber se ia rolar a bóia ou não. Tentei em vão falar no celular. Contrariado, tive que comer, ou morreria.
Quando a gourméia chegou, eu estava empazinado. Ela perguntou então se eu ia querer comer.
Eu disse: infelizmente não.
Ela disse: "ótimo, melhor que eu cozinho só pra mim"
Nesse momento, senti uma certa carência em seu tom de voz, então, como sensível e generoso que sou, respondi:
"Não vou querer, mas vou bicar uma pontinha do seu, pra sentir o tempero".
Ela, num rompante de egoísmo e outras sensações psiquiátricas ainda não descobertas pela ciência, disse:
"Do meu não!! Se quiser eu ponho um pra você!" (desse jeito mesmo, parecendo um paraíba puxando uma pexêra)
Como era 8 ou 80, a cruz ou a espada, respondi polidamente que "Então, pode deixar, não vou querer não". E continuei vendo o filme.
Qual não foi minha surpresa quando a dita cuja aparece na sala com 2 pratos montados me chamando pra jantar. Eu disse "vc tá bêbada sua égua, eu falei que não queria". Ainda assim, provei a tal pontinha (não é que tava bom!) e disse "eu só queria esse pouquinho aqui, e ia pegar do mesmo jeito que você faz no prato dos outros".
Depois disso, não conversou mais comigo. Foi dormir sem dar boa-noite.
Vejam, leitores, se essa história não teria sido muito mais civilizada se tivesse se passado assim:
Eu : "Não vou querer, mas vou bicar uma pontinha do seu, pra sentir o tempero"
Ela : "Ok"