Amigos do peito
Albano, acorda!! Alexandra esmurra e grita na porta do meu quarto. Uma agradável maneira de despertar no sábado de manhã. Deixei sua moto cair em cima do carro do vizinho!
Puta-que-o-pariu, exclamei. Só pode ser mentira pra eu acordar, o motivo deve ser outro. Não era, deixou mesmo. O retrovisor entrou no meio da porta do carro novo do vizinho. O coitado tinha acabado de comprar. É de perder a vontade de viver. A explicação para a fatalidade? Não há.
Já que acordei, vou dar um jeito na moto do Gbraz. Gandra comprou carro novo, que já chegou, não tomou as devidas providências, e a vaga na garagem está superlotada. Obviamente, a moto não pega, não tem bateria. Lá vou eu fazer pegar no tranco no meio da rua. E desce e tenta, e nada, e desce e tenta e nada. E agora? Volto eu empurrando a moto na subida, até na oficina. Com o pneu meio vazio, a bicha fica duas vezes mais pesada do que já é. Malhação garantida.
Voltei pra casa, vou aproveitar pra resolver uns assuntos, por telefone. Mas, opa, o telefone tá mudo. Gandra não pagou as contas e cortaram. Não sei o que ele faz com o dinheiro que a gente transfere todo mês pra ele. No mínimo, cachaça e mulher.
E ainda dizem que os parentes não escolhemos, mas os amigos, sim. Onde foi que eu errei?